segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Obras importantes sobre ligações trans-oceânicas pré-colombianas

Obras importantes sobre ligações trans-oceânicas pré-colombianas

Algumas das obras importantes sobre o estudo da antiguidade americana são:

Garcia, Gregorio, Origen De Los Indios De El Nuevo Mundo, E Indias Occidentales: Averiguado Con Discurso De Opiniones, Martinez Abad, 1729, http://books.google.com.br/books?id=bghCAAAAcAAJ&hl=pt-BR&source=gbs_navlinks_s .

Varnhagen, F. A. de, visconde de Porto-Seguro, L'origine touranienne des américains Tupis-Caribes et des anciens Egyptiens, indiquée principalement par la philologie comparée: et notice d'une émigration en Amérique effectuée a travers l'atlantique plusieurs siècles avant notre ère, Vienne d'Autriche 1876, http://archive.org/details/loriginetouranie00varniala .

Como fui informado por Enrico Mattievich, Gregorio Garcia foi talvez "o primeiro autor que propôs o contato fenício na América do Sul".

Diz Mattievich, "The first author that proposed the Phoenician contact in South America was the erudite Dominican, friar Gregorio García: Chapter XXI. Of the ninth Opinion, where it is proved that the Indian come from the Greeks (p. 189 to 192) and Chapter XXII. Of the tenth Opinion, where it is proved that the Indians come from the Phoenicians (p. 192 to 239). " Origen de los Indios del Nuevo Mundo" by Gregorio García.  Fondo de Cultura Economica, Mexico, 1981. "Origin of the Indians of the New World" is a facsimile edition from the first edition published in Spain, Valencia, 1607.
Enrico Mattievich",

ou seja, Gregorio Garcia publicou a primeira edição de sua obra em 1607. Mattievich também forneceu o link http://americaindigena.com/garcia10.htm .

"See CAP. XXII. De la decima Opinion, donde se prueba que los indios proceden de Fenicianos:

http://americaindigena.com/garcia10.htm" (http://tech.groups.yahoo.com/group/Precolumbian_Inscriptions/message/11915)

Quanto à obra de Varnhagen, suspeito que tenha sido publicada somente em francês, o que pode ter restringido sua divulgação no Brasil. Entretanto é uma das obras que me parece mais extensa no que se refere ao estudo filológico comparado nessa área, listando diversas palavras da língua tupi correlatas a palavras de línguas europeias, mediterrâneas e egípcia, além de citar a sintaxe. Não cheguei a lê-la ainda.

Herculano L. E. Neto
Rio de Janeiro, RJ, Brasil

sábado, 3 de agosto de 2013

Joaquim Alves da Costa Freitas e a Inscrição de Paraíba

Joaquim Alves da Costa Freitas e a Inscrição de Paraíba

Eis o texto da nota da Inscrição de Paraíba como colocado por Ladislau Netto (Ladislau de Souza Mello Netto).

Cf. Netto, Ladislau,
"
Monsieur le vicomte,

Comme je faisais transporter des pierres dans ma propriété de Pouso Alto, près de la Parahyba, mes esclaves en ont apporté une qu'ils avaient déjà cassée en quatre morceaux; cette pierre présentait de nombreux caractères que personne ne comprit, je les ai fait copier par mon fils qui sait un peu de dessin, et je me suis résolu à envoyer cette copie à Votre Excellence, comme président de l'Institut historique et géographique du Brésil, afin de voir si Votre Excellence ou quelque autre personne peut savoir ce que ces lettres signifient. Et comme je suis venu dans cette capitale et que je n'ai pas eu le temps de les remettre personnellement à Votre Excellence, je les lui envoie par la poste.

Je suis avec une entière considération et respect,

De Votre Excellence,
Attentionné, dévoué et obligé serviteur.
Joaquim Alves da Costa.

Rio, 11 Septembre 1872.
"

Vejamos o que foi dito depois:

Cf. Joffily, Geraldo Ireneo,
"(...) Si, réellement, il s'agit d'un agriculteur, propriétaire de terres et d'esclaves, dans n'importe quelle province du Brésil, il serait rélativement facile de l'identifier, avec les indications dont nous disposons. Il suffirait de compulser les registres de terres, les listes du cadastre des esclaves et les listes éléctorales et autres multiples anotations où fatalement se trouverait le nom de JOAQUIM ALVES DA COSTA, au cas où existerait réellement un propriétaire de terres et d'esclaves de ce nom. Toutes ces mesures furent prises, pendant quelques mois, sans obtenir le moindre résultat, exactement parce que, comme il fallait s'y attendre, l'auteur de la lettre cherchait à se cacher et pour cela même indiqua, malicieusement, sa 'propriété' 'aux alentours de Parahyba', quand il éxiste au Brésil deux grandes régions, très distantes l'une de l'autre, avec le même nom.
(...)"

Cf. Langer, Johnni,
"Infelizmente a carta e o desenho originais foram perdidos, dificultando a exata
designação do sítio em questão. Em uma transcrição para o francês, Ladislau Neto
apresentou o trecho “proprieté de Pouso Alto, près de la Parahyba.” (1885b, p. 8). Nesta
época, existiam muitos povoados e regiões, de Minas a São Paulo, com o nome de Pouso
Alto. Também ocorriam dois rios com o nome de Paraíba, um na província de mesmo
nome e outro, na divisa do Rio de Janeiro com São Paulo. Essa falta de objetividade
prenunciou, desde logo, uma tentativa do criador da carta em ocultar o verdadeiro local.
Com o tempo, investigações realizadas pelos membros do IHGB sobre o autor do
documento, Joaquim Costa, revelaram-se infutíferas. Simplesmente esse fazendeiro não
existia e sua propriedade fora inventada. Mas com que propósitos?"
.

O que eu coloco neste artigo é que o fazendeiro Joaquim Alves da Costa Freitas de fato existia, como se pode constatar por pesquisa em interrede. O porquê de ele não ter sido encontrado, ainda é questão em aberto.

Joaquim Alves da Costa Freitas fl. 1858 -- 1884.

Cf. http://www.projetocompartilhar.org/DocsMgGL/joaquimpereiradecarvalho1857.htm , Joaquim Pereira de Carvalho d. 1857 tinha uma dívida passiva de Joaquim Alves da Costa Freitas de 142$812 como visto em seu inventário aberto 1858 em Aiuruoca-MG.

Cf. http://www.projetocompartilhar.org/DocsMgMZ/mariajustinaalves1881.htm , Joaquim Alves da Costa Freitas foi um avaliador de bens no inventário de Maria Justina Alves em 1881, em Aiuruoca-MG.

Cf. Almanak administrativo civil e industrial da Provincia de Minas Geraes 1874, pp. 376-377, Joaquim Alves da Costa Freitas era "delegado da instrucção" e "negociante de fazendas &." em 1874 em Serranos-MG, que é próximo de Aiuruoca-MG e Pouso Alto-MG.

Cf. Almanak Sul-Mineiro, 1884, Ed. 2, pp. 562-564,
"FREGUEZIA DE NOSSA SENHORA DO BOM SUCCESSO DE SERRANOS
MUNICIPIO DA AYURUOCA E COMARCA DE ITATIAYA
(...)
Fazendas etc., Negts. de
(...)
Joaquim Alves da Costa Freitas, Cap.
(...)
Fazendeiros
(...)
Joaquim Alves da Costa Freitas, Cap.", Joaquim Alves da Costa Freitas era "negociante de fazendas etc." e fazendeiro em 1884 em Serranos-MG.

Portanto poderia-se especular que a referida inscrição teria sido encontrada na região de Pouso Alto, Minas Gerais, Brasil.

Bibliografia:
Netto, Ladislau, Lettre a Monsieur Ernest Renan a propos de l’inscrioption Phenicienne apocryphe soumise en 1872 a l’Institut historique, geographique et ethnograpicque du Bresil. Rio de Janeiro, Lombarts et Comp 1885, http://www.obrasraras.museunacional.ufrj.br/o/0040/0040.pdf .
Joffily, Geraldo Ireneo, L'Inscription Phénicienne de Parahyba : Un document apocryphe depuis près de cent ans vient répercuter dans le plus grande centres paléographiques du monde, http://menadoc.bibliothek.uni-halle.de/dmg/periodical/titleinfo/94473 .
Langer, Johnni, Ruínas e Mitos: A Arqueologia no Brasil Imperial, Tese de Doutorado apresentada ao programa de pós-graduação em História da UFPR, Curitiba, 2001, http://www.livrosgratis.com.br/arquivos_livros/ea000103.pdf .
Almanak administrativo civil e industrial da Provincia de Minas Geraes 1874, http://books.google.com.br/books?id=_AI0AQAAIAAJ&hl=pt-BR&source=gbs_navlinks_s .
Almanak Sul-Mineiro, 1884, Ed. 2, http://memoria.bn.br .

Herculano L. E. Neto
Rio de Janeiro, RJ, Brasil

domingo, 28 de julho de 2013

Interpretação de Albert van den Branden da suposta inscrição da Pedra da Gávea

A seguinte passagem dá uma outra interpretação da suposta inscrição da Pedra da Gávea.

Cf. Maronite Magazine, 2012-03, http://www.documentchamber.com/uploads/file/mm/2012%2003%20maronite%20memo.pdf ,

"(...)
The Phoenicians in Brazil
From the book “History of Lebanon ” by Fr. Charbel Habchi
(...)
A - The Stone of Gavea
(...)
The Interpretation of Van den Branden
In 1969, that is forty years after the publication of the work of Mr. Ramos, we gave a copy of the inscription to a Belgian Oriental specialist, Professor Albert Van den Branden. He is the author of a Phoenician grammar. He recognized the Phoenician origin or rather the Punic origin of the text . He rejected the interpretation of Mr. Ramos and also his dating. He emphasized that the letters of the inscription were in the form commonly used in Carthage, the famous colony of Tyre, between the second century BC. and the first century of the Christian era . The only exception was the letter S = shin.
The Belgian Professor also added that the inscription proved that the Phoenicians had arrived in South America between the second century BC. and the first century of Christianity. They were probably Phoenicians from Carthage who had emigrated after the Roman conquest of Carthage. The text seems to be directed to a divine person. It contains a request for vengeance and a prayer for justice . Here is the translation ”
Burn him, beat him before those who are in this land, and give justice to Sasm.
(...)
"

Minha tradução segue,

"
(...)
Os Fenícios no Brasil
Do livro "History of Lebanon" (História do Líbano) de Fr. Charbel Habchi
(...)
A - A Pedra de Gavea
(...)
Em 1969, isso é quarenta anos depois da publicação do trabalho de Sr. Ramos, nós demos uma cópia da inscrição para um Especialista Oriental Belga, Professor Albert Van den Branden. Ele é o autor de uma gramática Fenícia. Ele reconheceu a origem Fenícia ou preferivelmente a origem Púnica do texto. Ele rejeitou a interpretação de Sr. Ramos e também sua datação. Ele enfatizou que as letras da inscrição eram na forma comummente usada em Cartago, a famosa colônia de Tyro, entre o século segundo a.C. e o século primeiro da Era Cristã. A única exceção era a letra S = shin.
O Professor Belga também adicionou que a inscrição provava que os Fenícios tinham chegado na América do Sul entre o século segundo a.C. e o século primeiro do Cristianismo. Eles eram provavelmente Fenícios de Cartago que tinham emigrado depois da Conquista Romana de Cartago. O texto parece ser dirigido a uma pessoa divina. Ele contém um requerimento por vingança e uma oração por justiça. Aqui está a tradução "
Queime-o, bata nele diante daqueles que estão nesta terra, e dê justiça a Sasm.
(...)
"

Herculano L. E. Neto
Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Suposta Inscrição na Pedra da Gávea, RJ

Essa é a melhor imagem até o momento que consegui encontrar em internet da suposta inscrição da Pedra da Gávea, Rio de Janeiro.

Cf. Rezende, Adilson, http://www.panoramio.com/photo/44945780 , http://static.panoramio.com/photos/original/44945780.jpg ,


Parece-me ver traços horizontais que creio seria complicado explicar por ação da erosão.

Para ter-se uma noção do tamanho dessas supostas inscrições, repare-se a Gruta da Orelha no detalhe da imagem de Rezende, e nessa outra fotografia.


Cf. uir4, http://www.panoramio.com/photo/4380860 ,


Eis também a interpretação de Bernardo de Azevedo da Silva Ramos da suposta inscrição.

Cf. Silva Ramos, Bernardo de Azevedo da, "Inscripções e Tradições da America Pre-historica", Primeiro Volume, p. 435v, Rio de Janeiro, 1930, (digitalização de Enrico Mattievich),


.

Herculano L. E. Neto
Rio de Janeiro, RJ, Brasil